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quarta-feira, 8 de junho de 2011

Windows 8 no PC, no tablet e no fone. Isso é bom?

por Carlos Machado



Windows 8 

Ao mostrar imagens do Windows 8 na semana passada, a Microsoft confirmou o propósito ambicioso de unificar a interface do Windows.
A ideia é aplicar o mesmo modus operandi em todas as plataformas, do desktop aos dispositivos móveis. Será que isso é realmente uma grande sacada?
Na nova tela inicial, o Windows 8 sofreu explícita influência da interface do Windows Phone. Sai o menu Iniciar, que dá lugar a um mosaico formados por ladrilhos. Acionado por um toque de dedo, ou pelo mouse, cada um dos ladrilhos dispara uma aplicação.
Conforme a Microsoft, o Windows 8 será compatível com dois tipos de aplicativos: os novos, desenhados para funcionar com o mosaico; e os antigos — quer dizer, atuais —, mais ajustados à interface com o menu Iniciar, que permanece no sistema.
No vídeo que apresentou o Windows 8 (que é apenas um codinome, e pode mudar até a versão final) aparecem situações em que as duas interfaces coexistem de forma harmoniosa. Bem, só a prática dirá se essa convivência será de fato tão pacífica.

FOTO PANORÂMICA
Nessa área das interfaces, tendo a acreditar que procedimentos considerados ideais para tablets e smartphones nem sempre se aplicam com a mesma felicidade em desktops e laptops, ou vice-versa. Num micro de mesa, não parece prático nem estimulante rolar uma tela que, como uma foto panorâmica, ocupa a extensão de várias telas. Do mesmo modo, também não há ganhos em tocar a tela para fazê-la girar (com o dedo ou com o mouse).

Naturalmente, tudo isso pode fazer sentido se a tela servir como painel de informações, num shopping, hospital, aeroporto ou outro lugar público. Em minha cabeça, faço uma diferença entre a interface dos micros de mesa e laptops, que o usuário deve acionar sentado, e a outra, dos fones e tablets. Essencialmente, estes são dispositivos com telas olhadas de cima para baixo. Os outros displays ficam, mais ou menos, à altura da vista.
Para o caso do desktop, uma solução esboçada pela Apple no novo Mac OS X Lion é estender o uso do touchpad. Talvez dessa forma o usuário não tenha de ficar alternando entre mouse, teclado e tela.

CONSUMO E PRODUÇÃO
Há outra diferença em jogo. Pelo menos até agora, smartphones e tablets caracterizam-se como dispositivos para consumo de conteúdo, e não de produção. É certo que eles poderão incorporar funções produtivas. Uma aplicação óbvia pode ser, por exemplo, a vistoria na área dos seguros de automóveis. Com um tablet ou smartphone e um aplicativo preparado para isso, o vistoriador tem condições de fazer fotos, digitar anotações breves e enviar as informações colhidas. Hoje os smartphones já são utilizados para esse fim, mesmo sem aplicativos específicos para a tarefa.

De todo modo, é difícil imaginar um tablet (e muito menos um smartphone) usado em funções avançadas em processamento de imagens, no cálculo pesado de planilhas ou mesmo para escrever textos longos. Não é impossível, mas não consigo pensar num escritor produzindo um romance num tablet. O lugar ideal para isso é o desktop ou — vá lá, com restrições — um notebook.

HERDEIRO POBRE
Pensar numa forma única de operar todos os Windows é sem dúvida interessante, do ponto de vista da uniformização e da facilidade para o usuário. Em tese, ele poderia fazer um contato inicial com qualquer uma das plataformas e não enfrentaria nenhum estranhamento ao passar para outra. No entanto, cada uma delas tem suas particularidades.

Aliás, por causa dessas particularidades é que o Windows CE, depois o Pocket PC e depois o Windows Mobile, antecessores do Windows Phone, deixaram parca herança de mercado para seu descendente, que agora tem de começar a vida praticamente do zero.

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