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quarta-feira, 20 de abril de 2011

3DS é a nova arma da Nintendo

3DS conta com gráficos mais avançados e títulos agressivos
Cauã Taborda - INFO Online




Quem conhece o console portátil da Nintendo como aquela plataforma mais infantil, com jogos casuais, simples e de visual um tanto pobre vai se surpreender com a nova proposta da gigante nipônica dos games. A nova versão do pequeno, o Nintendo 3DS, traz recursos de sobra para deixar qualquer fã de jogos eletrônicos satisfeito.

O grande trunfo do console é a tecnologia 3D. Quem pensou nos tradicionais, horrendos e desconfortáveis óculos se enganou. A tela superior do Nintendo 3DS, que conta com resolução de 800 por 240 pixels e mais de 16 milhões de cores, pode exibir imagens tridimensionais e converter automaticamente o conteúdo dos jogos. O controle da profundidade gerada pelo portátil pode ser feito por uma pequena chave localizada na lateral inferior direita da tela. Ela é uma ferramenta importante, já que o efeito funciona muito bem em alguns jogos, como o Street Fighter IV, mas pode ser incômodo e gerar imagens duplicadas em alguns casos, como no PES 2011.

O ajuste também é importante para o conforto do jogador. É necessário manter uma distância de no mínimo 60 centímetros e ajustar seu ângulo de visão para que o efeito seja agradável. O nível de intensidade varia muito de uma pessoa para a outra. Há quem prefira um efeito mais suave, mas também há quem goste de uma experiência mais profunda. “O novo console inaugura uma maneira completamente nova de jogar videogame”, afirmou Mark Wenteley, diretor de marketing da Nintendo para a América Latina, em uma conversa com a INFO durante o troféu Game World 2011, em São Paulo. No evento a Nintendo montou um estande com vários 3DS para o público se divertir. Foi a primeira vez que consumidores tiveram acesso ao console. Nos outros países somente jornalistas puderam brincar com o produto. Segundo Mark, esse privilégio dos brasileiros se deve à base sólida de fãs que a Nintendo conquistou por aqui. A aposta da empresa é que o game supere as expectativas geradas com o público, trazendo títulos fortes como os apresentados na feira. Os títulos demonstrados foram Steel Diver (game de submarino), Pilotwings Resort (no estilo Mii Sports), Nintendogs + Cats, The Legend of Zelda 3D, Super Street Fighter IV 3D, PES 2011 3D, Asphalt 3D e LEGO Star Wars III: The Clone Wars.

Durante os testes do INFOlab o 3DS se mostrou bastante confortável. Suas medidas de 7,3 por 13,4 por 2 centímetros podem caracterizá-lo como um paralelepípedo estranho. Mas o peso de 226,7 gramas e sua empunhadura dão segurança e tranquilidade para as mãos. Foi fácil matar várias horas com o pequeno em mãos. Nos controles, uma diferença em relação ao modelo anterior é um controle analógico, muito similar ao dos controles do PlayStation ou Xbox 360. A novidade agradou bastante, principalmente em games de luta e aventura, como o LEGO Star Wars. Além disso, ele traz os tradicionais botões A, B, X e Y, botões L e R na parte superior do console (para pressionar com os indicadores), Start e Select e o antigo direcional, que não foi abandonado. Há também uma caneta para facilitar as entradas de texto na tela inferior sensível ao toque.

O teclado gerado para as entradas de texto é pequeno e requer o uso da caneta. A digitação com os dedos é impraticável. Esperávamos um layout mais adequado e parecido com o de smartphones.

A segunda tela, que utiliza tecnologia resistiva para responder aos movimentos, isto é, se faz necessária uma pressão nos toques, amplia a agilidade do jogador. No game Street Fighter, por exemplo, é possível designar 4 teclas para realizar movimentos especiais, como Hadouken e especiais. Isso acaba com as frustrações dos que não conseguiam executar as “meias luas”. Mesmo sendo um recurso interessante, nem todos os games utilizam todo o potencial da segunda tela.

Cada um dos títulos apresentados destacou uma das grandes características do console. No Steel Diver, por exemplo, o jogador controla um submarino. Para navegar e mirar basta mover o console. Isso é possível graças aos sensores de movimento e giro. Os movimentos são reconhecidos pelo console e a resposta é muito precisa.


Misturando real e virtual



Um recurso que chamou bastante atenção é a capacidade de registrar imagens tridimensionais, tanto para fotos como vídeos. Isso é possível graças a um par de câmeras estereoscópicas localizadas na parte traseira da tela superior. A resolução de cada câmera é de 640 por 480 pixels. A qualidade não é das maiores, mas como as imagens capturadas só podem ser exibidas no próprio console, o usuário não sentirá muito a necessidade de mais resolução. “O 3DS foi pensado como um dispositivo único. Ele pode gravar e registrar imagens em 3D, mas elas só podem ser exibidas no próprio aparelho, não em uma TV”, justifica Mark.

O par de câmeras também possibilita a tecnologia mais inovadora do Nintendo 3DS, o AR Games. O 3DS oferece a primeira experiência realmente gratificante com realidade aumentada em games. O pequeno virá acompanhado de 6 cartões de papel. Cada um deles representa um jogo diferente. O jogador deve posicionar a carta no chão ou em uma mesa, com uma boa condição de iluminação. O AR Games pede que o usuário calibre a distância de 30 centímetros de distância. Isso feito, o game começa a rodar e rapidamente surge um objeto 3D na tela, que pode ser um alvo ou mesmo um dragão tentando te morder. E tudo isso rodando na imagem do mundo real capturada pela câmera.

Testamos um game de tiro ao alvo, no qual era necessário se movimentar em 360 graus ao redor do cartão para conseguir atingir os alvos. Foi necessário inclinar o console, olhar por uma perspectiva superior e até agachar para esquivar de um ataque proferido por um grande dragão. Diferente das ações de marketing que costumam utilizar a realidade aumentada, o game é bastante fluido, preciso e divertido. O resultado final é bastante impressionante e superior ao encontrado no iPhone, com games como o Star Wars Arcade: Falcon Gunner.

O 3DS será lançado nos Estados Unidos no dia 27 de março pelo preço sugerido de 249,99 dólares. Ainda não há uma previsão para o lançamento no Brasil, nem mesmo o preço que ele terá. Mas a espera pode não ser grande, pois segundo Mark, “o Brasil é uma prioridade”.

Muito além da brincadeira

Aproveitando a popularidade do console da Nintendo entre os pequenos, a farmacêutica Bayer decidiu apostar em uma solução virtual para educar crianças diabéticas e tornar as medições de glicose divertidas. O Didget é à primeira vista um medidor de glicose comum. A principal diferença é que a cada medição o usuário acumula pontos. O aparelho pode ser acoplado ao Nintendo DS e os pontos gerados são interpretados pelo game Knock’em Downs World’s Fair, um game de aventura no estilo Mario Bros. O jogo avisa o pequeno jogador quando chega a hora de realizar uma medição. Durante o game também há dicas escondidas sobre a importância da rotina de testes. Os pontos acumulados pelo medidor servem para a “compra” de novos personagens, minigames e outras melhorias dentro do jogo. “O Didget faz a conexão com uma atividade prazerosa e que cria um padrão para as medições de glicemia, permitindo que isso seja incorporado no dia a dia. Para habituar essas crianças o jogo é um facilitador da rotina”, explica Cristina Berreta, diretora da unidade de negócios Diabetes Care, da Bayer Brasil. O Didget é vendido por 75 dólares nos Estados Unidos. A Bayer tem planos de trazer uma versão localizada para o 3DS ao Brasil no próximo ano.




avaliação INFO

PRÓS Recursos 3D, games em realidade aumentada e duração de bateria
CONTRAS Efeito incômodo em alguns títulos e som baixo
CONCLUSÃO Console que contempla não só os nintendistas, mas jogadores em geral

ficha técnica

  • Tela 3D de 3,5", 800 x 240 pixels
  • Tela de 3" e 320 x 240 pixels
  • Wi-Fi
  • Cartão SD de 2GB
  • Sensor de movimento
  • Câmeras estereoscópicas
  • Câmera frontal VGA
  • Entrada P2 (fones)
  • 226,7 g
  • Duração de bateria: 3h15min

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